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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

" OS SIGNIFICADOS CONTIDOS NOS ANOS - III "


Em nossa última conversa, terminamos com a leitura dos 2 primeiros números - 57 -, que dizem respeito às letras - nun e zain -, e com a leitura pela metamatemática do próprio ano - 5758 -, que, mais uma vez nos remeteu à letra - zain. Como não há coincidências no plano Divino, a repetição de - nun - nas 2 porções numéricas (57 e 58) e a repetição de - zain, ainda acrescidas de - chet, compõe um quadro profético muito forte, que já vimos um pouco e que vamos ampliar e, se possível, aprofundar, com a inspiração do vento do Espírito.
Esse quadro histórico e profético que se repete (tempos de Noé e agora), começa a sinalizar algo muito forte a partir desse momento do passado, algo que marca a história da humanidade, desde os tempos de Noé, senão vejamos o que as Sagradas Escrituras nos dizem em Gênesis ou Bereshit, 6:11, a saber:
- "A terra, porém, estava corrompida (shachat) diante da face de DEUS; e encheu-se a terra de violência (chamas)."
Aqui estamos diante de 2 termos hebraicos que compõem o quadro histórico e profético e que são muito sugestivos - shachat e chamas -, o 1º (shachat) tem como significado 'destruir, corromper, deteriorar, arruinar, danificar, inutilizar", e o 2º (chamas), o significado de "violência, mal, injustiça, crueldade, violar, agravo, afronta". Como curiosidade, faz-se oportuno registrar que, este 2º termo dá nome ao partido palestino que é inimigo mortal - hoje - de Israel, que odeia ao Judeu (Chamas ou Hamas).
Este período de tempo na história da humanidade compõe a fase chamada de Idade de Bronze, por Hesíodo, quando a raça dos homens teve como sua matriz os freixos (uma madeira), símbolo da guerra. Trata-se aqui da Hybris militar, da violência bélica, que caracteriza o comportamento do homem na guerra. Assim, do plano religioso e jurídico, do início, se passou às manifestações da força bruta e do terror. Já não mais se cogitava de justiça, do justo ou do injusto, ou até de culto aos deuses. Os homens da Idade de Bronze pertencem a uma raça que não come pão, quer dizer, são de uma Idade que não se ocupa com o trabalho da terra. O próprio epíteto desta Idade a que pertencem esses homens violentos tem um sentido simbólico. Ares, o deus da guerra, é chamado por Homero de khálkeos, isto é, "de bronze".
Ora, estes 2 termos - corromper e violência - são igualmente encontrados em Ezequiel 28:12-19; trecho que nos relata a queda de Lúcifer, e oferece subsídios importantíssimos para começarmos a entender melhor o passado e mais ainda o presente e, também, ajudar-nos a compreender o futuro próximo, termos esses aos quais poderíamos acrescentar um 3º - chatah ("errar, pecar"), já visto por nós nos mistérios da conjugação das letras H - TS - R, ou seja:
- 16 - "Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste..."  e
- 17 - "Elevou-se (gabah) o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor..."
Estamos aqui diante da origem cósmica, na eternidade, e até muito antes do Eden, destas energias sumamente negativas: violência, pecado e corrupção, que projetaram este querubim (Lúcifer) para longe do próprio Criador, do PAI, pois foi do seu interior que surgiram essas energias, essas pulsões, do seu próprio coração, elas não vieram de fora, de alguma outra fonte. Aqui começa a história do conflito cósmico, da rebelião celestial, que JESUS consertou na CRUZ, promovendo uma reconstituição cósmica - o Tikun, reconstituição e reconciliação essas que já haviam sido estabelecidas desde a Fundação do Mundo (Apoc. 13:8), e que denominamos no cristianismo de Redenção, fato que se consumou na Cruz e que atingiu céus e terra, quando ambos foram purificados, consoante Hebreus 9:22 a 27, Col. 1:20 e Ef. 1:10.
Essa violência é ligada no pensamento grego à hybris (por isso a hybris militar da Idade de Bronze), que configura o descomedimento, a démesure, a hamartíai, uma violência feita a si próprio e aos deuses, a insolência, a ultrapassagem do métron, que será a mola mestra da Tragédia grega, o ir além de si mesmo e se destruir, um excesso, a temeridade, a volúpia "das alturas", o desejo de igualar-se aos deuses, em síntese a personificação da megalomania, algo que era provocado pelo êxtase e pelo entusiasmo, que advinham da parte dos mesmos deuses, a famosa mímesis (a imitação), ou seja, "me imite e não me imite".
Em assim sendo, tanto o texto bíblico como a mensagem profética que advém das letras e das palavras, nos dizem que, no momento histórico da vida de Noé, que corresponde aproximadamente à Idade de Bronze, o reinado da Treva em nosso planeta, consequência da Queda do homem, pela desobediência de Adão e Eva, havia chegado a um máximo, a uma ultrapassagem de limites indizível, à liberação da violência e da corrupção, à ultrapassagem de todos os limites e medidas, a uma deterioração e destruição incalculáveis, que vai provocar a intervenção de DEUS através do Dilúvio. Ora, este mesmo quadro profético começa a se repetir em nossos dias e vai-se agravar até um clímax de rebelião, descomedimento e violência - o governo mundial -, que estamos prestes a assistir. Hoje já fomos longe e ainda falta mais algumas pinceladas para completar este quadro aterrador e ao mesmo tempo promissor. Uma boa tarde, Enos. 

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