" Como Meditar II / C "

" OS DOIS SILÊNCIOS DE DEUS "

É maravilhoso, portanto, mas não surpreendente, que um aspecto muito importante da meditação, seja o silêncio. Isto significa que nós podemos estar aí para ouvir, escutar com atenção aberta. E é um silêncio muito fértil que nós encontramos em nossa meditação, um silêncio vibrante com a Presença de DEUS e Seu Amor, vibrante ao convidar-nos a ir além de nós mesmos, além de nossas autolimitações, e revelar-nos a potencialidade inimaginável que é revelada quando nos aliamos a este poder iluminado do amor.


("O caminho do não conhecimento" - John Main)

" Como Meditar II / B "

" OS DOIS SILÊNCIOS DE DEUS "

Como cristãos hoje, precisamos refletir profundamente sobre a noção do silêncio de DEUS. Antes de o homem ouvir a Palavra, esta já estava em DEUS. Nós lemos isso no Evangelho de João. E quando a Palavra foi proferida, ela tornou-se a revelação de um mistério que tinha sido envolto em escuridão e silêncio desde o início dos tempos. Há um real sentido no qual o nosso chamado pessoal para conhecer e servir a DEUS é da mesma ordem. Mesmo antes de DEUS nos chamar para conhecê-Lo e antes de nos chamar para servi-Lo, Ele já nos conhece e nos ama no útero de nossa mãe. Aqui já está a parte do mistério do silêncio do qual todos nós inconscientemente participamos. Por detrás do encontro humano com DEUS está o extraordinário mistério de que DEUS nos conhece desde o começo. Ele nos chama desde o princípio através da Palavra, quando a hora é chegada. Então o silêncio de DEUS é, desde a primeira experiência humana, impregnado de Amor, de Poder. Quando a Palavra é proferida, ela é uma Palavra de revelação, trazendo à luz a maravilha do Amor de DEUS, revelando nos corpos, mentes e corações humanos.


("O caminho do não conhecimento" - John Main)

" E ninguém pôde aprender o cântico, senão... "

"E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra" (Apoc. 14:3)

Há cânticos que só podem ser aprendidos no vale da dor. Nenhuma arte pode ensiná-los; nenhum exercício vocal pode nos fazer cantá-los perfeitamente. Sua música está no coração. São cânticos que a lembrança nos traz, são da experiência pessoal. Trazem seu conteúdo da sombra do passado; sobem até as alturas nas asas do que passamos a aprendemos ontem. João nos diz que, mesmo no céu, haverá um cântico que só pode ser plenamente cantado pelos filhos da terra - o cântico da redenção. Sem dúvida é um cântico de triunfo, um cântico de vitória a CRISTO que nos libertou. Mas a consciência do triunfo virá pela lembrança das cadeias. Nenhum anjo ou arcanjo pode cantá-lo tão docemente como nós podemos. Para entoá-lo como nós, eles teriam de passar pelo nosso exílio, e isto não podem fazer. Ninguém pode aprendê-lo senão os filhos da Cruz. Por isso estamos recebendo do Pai uma aula de música. Estamos ensaiando para cantar no coro invisível. Há partes na sinfonia que ninguém pode executar, senão nós mesmos. Há acordes menores, que os anjos sabem interpretar. Pode haver agudos na sinfonia, que estejam além da escala normal - agudos que só os anjos podem alcançar; mas há baixos que pertencem a nós, tons graves que só nós podemos alcançar. O Pai está nos treinando para a parte que os anjos não podem cantar; e a escola é o sofrimento. Muitos dizem que Ele envia os sofrimentos para provar-nos; não, Ele envia as dores para ensinar-nos e preparar-nos para o coro invisível. Sim, na noite da aflição está preparando o nosso cântico. No vale Ele está afinando a nossa voz. Na nuvem Ele está dando maior sonoridade aos acordes que devemos tocar. Na chuva Ele está suavizando a melodia. No frio Ele está moldando a expressão. Na transição brusca da esperança para o temor, Ele está aperfeiçoando a sonoridade. Não desprezemos a escola do sofrimento; ela nos dará uma parte única no cântico universal.

(George Matheson)

" Para Refletir "

" Você já amou tanto assim? "

Um casal de idosos que não tinha filhos morava em uma casa humilde, de madeira; tinha uma vida muito tranquila, alegre, e se amavam muito. Eram felizes.

Até que um dia aconteceu um acidente com a senhora. Ela estava trabalhando em sua casa quando começa a pegar fogo na cozinha e as chamas atingem todo seu corpo. O esposo acorda, assustado com os gritos, e vai à sua procura. Quando a vê coberta pelas chamas, imediatamente tenta ajudá-la.

O fogo também atinge seus braços e, mesmo assim, consegue apagá-lo. Quando chegaram os bombeiros, já não havia muito da casa, apenas uma parte, toda destruída. Levaram o casal para o hospital, onde foram internados em estado grave.

O senhor, menos atingido pelo fogo, saiu da UTI e foi ao encontro de sua amada. Ainda em seu leito, a senhora, toda queimada, pensava em não viver mais, pois estava deformada, inclusive seu rosto.

Quando viu o marido na porta do quarto, foi perguntando:

- Tudo bem com você, meu amor?

- Sim - respondeu ele. Pena que o fogo atingiu os meus olhos e não posso mais enxergar... Mas fique tranquila, amor, porque sua beleza está guardada em meu coração para sempre.

Então, triste pelo esposo, a senhora disse:

- Deus, vendo tudo o que aconteceu, tirou-lhe a visão para que não presencie esta deformação em mim. As chamas queimaram todo o meu rosto e estou parecendo um monstro.

Passando algum tempo e recuperados, saíram do hospital e conseguiram reconstruir a casa, onde ela fazia tudo para seu querido esposo. Ele dizia todos os dias que a amava:

E assim viveram vinte anos até que a senhora morreu. No dia do seu enterro, quando todos se despediam, o marido, sem óculos escuros e com sua bengala nas mãos, chegou perto do caixão. Beijando o rosto e acariciando sua amada, disse em um tom apaixonante:

- Como você é linda meu amor; Eu Te Amo Muito.

Vendo aquela cena, um amigo que estava ao lado perguntou se o que tinha acontecido era milagre, pois o idoso estava enxergando outra vez. Olhando nos olhos dele, o velhinho apenas falou:

- Nunca estive cego, apenas fingia. Quando a vi toda queimada, sabia que seria duro para ela continuar vivendo daquela maneira. Foram vinte anos vivendo muito felizes e apaixonados...

De: Miriam Alexsandra Alkimin Pinto

" Como Meditar II / A "

" OS DOIS SILÊNCIOS DE DEUS "

A crescente ausência de DEUS na consciência moderna levanta uma preocupação urgente sobre a sobrevivência da humanidade, não apenas da raça, mas da humanidade da raça. Em vez de simplesmente denunciar o ateísmo, a fé precisa buscar um meio contemporâneo para chegar até os ateus, com simpatia e compaixão. Isto significa encontrar uma experiência em comum. Nós podemos encontrar esta experiência comum no silêncio de DEUS. Mesmo sendo diferentemente interpretado, ele permanece a base comum na qual a Palavra da fé pode ser transmitida.

("O caminho do não conhecimento" - John Main)

" Quando temos certeza de algo, não precisamos gritar " (Mary E. Shannon)

É muito necessário que tenhamos momentos de silêncio em nossa vida. O inverno é pai da primavera. A noite é fonte de onde nos vêm as forças que utilizamos durante o dia. O solo silencioso é o ventre que gera a vida vegetal. Os melhores frutos de nossa vida espiritual brotam nas horas que estamos esperando em DEUS. É o momento em que cessamos as atividades e nossa alma aprende a calar-se diante do Senhor, deixando que Ele nos molde e nos dê forma, preparando-nos para o futuro, para os anos de frutificação. As maiores forças da natureza são silenciosas. Uma delas, a lei da gravidade, é imbatível. A lei da fé, que constitui a base de todas as nossas atividades, é a mais poderosa força do reino espiritual. E se mostra mais forte quando opera em silêncio, sem demonstrações externas. Nossa vida é vitoriosa quando nossa alma se acha firmada na vontade de DEUS e em Suas preciosas e mui grandes promessas. Aí ela possui uma confiança calma e inabalável, a certeza de que o Amor e o Poder Divinos nos dão firmeza. E, enquanto DEUS não realizar em nós toda a Sua vontade, eles se farão presentes. Não existe paz verdadeira a não ser em CRISTO. E são relativamente poucos os que conhecem esse segredo.

"Os obreiros de DEUS que operam silenciosamente possuem o calmo autocontrole que vem Dele" (Nora C. Usher)

(Lettie Cowman)

" Ele dá quietude " (Job: 34:29)

Quando o mar está calmo, ele contém mais ensinamentos para aquele que medita do que quando se acha revolto pelas tempestades. Contudo, para entender isso, precisamos compreender as realidades espirituais e ter o sentimento da infinitude. Napoleão, com os braços cruzados à altura do peito, é mais expressivo  do que o Deus Hércules, furioso, golpeando o ar com seus punhos fortes. As pessoas de temperamento ardoroso nunca irão entender isso.

[Extraído de Amiel's Journey (Viagem de Amiel)]

" Completei a carreira " (II Tim. 4:7)

A partir do momento em que nascemos de novo, DEUS prepara uma carreira para nós. O objetivo aí é buscar nossa plena maturidade espiritual e o nível máximo em que o Senhor possa usar nossas faculdades para Seu serviço. Então o dever de cada cristão é descobrir essa carreira e completá-la. E só DEUS pode defini-la para nós; ninguém mais sabe qual é ela. E hoje o Senhor pode nos revelar essa carreira e nos guiar nela, tanto quanto o fez para Jeremias e os outros profetas; para Paulo, Timóteo e os demais apóstolos.

(J.P.L.)

" Trazei-mos aqui. " (Mat. 14:18)

Talvez você esteja, neste momento, passando por necessidades, rodeado de dificuldades, e provações de toda a espécie. Tudo isso são como vasilhas providenciadas por DEUS para o ESPÍRITO SANTO encher com bênçãos para as nossas vidas. Se soubermos estendê-las, as circunstâncias adversas se tornarão em oportunidades para recebermos novas bênçãos e livramentos que não obteríamos de outra forma. Tragamos essas vasilhas a DEUS. Estendamo-las com firmeza diante Dele em oração e fé. Permaneçamos quietos e não tentemos nos adiantar, até que Ele comece a operar. Não façamos nada sem que Ele mesmo nos mande fazer. Precisamos dar-lhe uma oportunidade de operar, e Ele certamente o fará. E as próprias aflições que ameaçavam vencer-nos através do desânimo e da infelicidade, tornar-se-ão a oportunidade de DEUS revelar Sua Graça e Glória em nossa vida, como nunca antes. 'Trazei-mos (todas as vossas necessidades ) aqui.'

(A. B. Simpson)

" Não te deixarei ir, se me não abençoares... E o abençoou ali. " (Gen. 32:26,29)

Jacob obteve a vitória e a bênção, não pela luta, mas porque se agarrou. Sua coxa estava deslocada e ele não podia mais lutar, mas não largou o que lutava com ele. Impossibilitado de lutar, enlaçou com os braços o misterioso antagonista e prendendo a ele seu corpo pesado e incapacitado, até que finalmente venceu. Não obteremos vitória na oração, enquanto não cessarmos, também, de lutar - rendendo a nossa própria vontade e lançando os braços nos agarramos ao PAI, na fé que descansa. O que podemos nós, com a nossa debilidade humana, tomar à força, da mão do Onipotente ? Podemos acaso arrancar bênçãos de DEUS pela força ? Nunca é a violência ou a voluntariosidade que prevalece com DEUS. Mas é o poderoso descansar da fé que obtém a bênção e a vitória. Não é quando pressionamos e impulsionamos nossa própria vontade, mas quando a humildade e a confiança se unem, dizendo: 'Não se faça a minha vontade, mas a Tua.' Somos fortes com DEUS, somente quando o nosso eu está conquistado e morto. Não é lutando, mas descansando, que obtemos a bênção.

(J. R. Miller)

" Como Meditar I / F "

" EM REVERÊNCIA NO NOSSO CORAÇÃO "

A partir de sua experiência desta fidelidade específica, considere Pedro mais uma vez: 'Vós deveis levar uma vida ordenada e sóbria dedicada à oração. Sobretudo conservai o amor uns pelos outros com toda a força, porque o amor resgata inúmeros pecados. Sede hospitaleiros uns com os outros sem reclamações. E qualquer que seja o dom que DEUS vos tenha dado, que seja usado no serviço de uns aos outros, como bons serviçais das graças que DEUS concedeu. Alguém é orador ? Fale como se revelasse o oráculo de DEUS. Alguém realiza serviço ? Faça-o com a força que DEUS concede. E, em todas as coisas, agi de modo que a Glória seja de DEUS através de JESUS CRISTO, pois a Ele pertence a Glória e o Poder para todo o sempre'. (I Pedro 4:7-11). Nós realizamos o nosso destino, que em linguagem cristã é a nossa vocação, ao glorificarmos a DEUS em tudo o que fazemos. Mas isto só é realisticamente possível se nós glorificarmos a DEUS em tudo o que somos. A meditação nos conduz a esta unidade de estarmos plenamente vivos, na qual glorificamos a DEUS e refletimos Sua própria Glória, de volta para Ele, sendo simplesmente quem nós somos, agora.

("O caminho do não conhecimento" - John Main)

" Como Meditar I / E "

" EM REVERÊNCIA NO NOSSO CORAÇÃO "

Quando nós olhamos o Novo Testamento, pelo menos quando olhamos para ele com os olhos iluminados pelo Espírito de CRISTO queimando em nosso coração, nós só podemos ficar intoxicados, admirados pela maravilha do destino que é dado a cada um. Mas devemos sempre lembrar-nos de que a condição para sermos abertos a isto e respondermos ao nosso destino é sempre a simplicidade, a pobreza de espírito. Isto significa que nós somos convidados pelo mesmo destino a deixar para trás toda complexidade, todos os desejos de possuir DEUS ou de possuir conhecimento espiritual e percorrer o caminho estreito de desapego. Nós precisamos de fidelidade. Nós aprendemos a ser fiéis simplesmente sendo fiéis às nossas horas de meditação diária e, durante a meditação, à repetição do nosso mantra - Maranata.


("O caminho do não conhecimento" - John Main)

" Brota, ó poço! Entoai-Lhe cânticos! " (Num. 21:17)

Eis um estranho cântico e um estranho poço. O povo tinha estado caminhando sobre o chão árido do deserto, sem nenhuma água à vista, e estava sedento. Então DEUS  falou à Moisés, dizendo: "Ajunta o povo e lhe darei água". E foi assim que a água brotou. Eles se reuniram em círculos, na areia, tomaram os seus bordões e cavaram fundo na terra ardente. E enquanto cavavam, cantavam. "Brota, ó poço! Entoai-Lhe cânticos". E lá veio um som borbulhante, um brotar de água e uma corrente que encheu o poço e escorreu pelo chão. Quando eles cavaram esse poço no deserto, tocaram o curso d'água que corria lá no fundo e alcançaram as torrentes que há muito estavam ocultas. Como é bonita esta figura, que nos fala do rio de bênçãos que corre pela nossa vida e que temos apenas que alcançar pela fé e pelo louvor, para termos supridas as nossas necessidades no mais árido deserto. Como alcançaram eles as águas deste poço ? Louvando. Cantaram sobre a areia o cântico de fé, enquanto com o bordão da promessa, cavavam. O louvor ainda hoje pode abrir fontes no deserto, sendo que a murmuração só nos trará juízo, e às vezes a própria oração pode falhar em alcançar as fontes de bênçãos. Nada agrada tanto ao Senhor como o louvor. Não há prova de fé tão verdadeira como a graça da gratidão. Será que estamos realmente louvando a DEUS ? Estamos dando graças por Suas bênçãos  presentes, que são mais do que se pode contar, e será que O louvamos até mesmo por aquelas provações, que não passam de bênçãos disfarçadas ? Acaso já aprendemos a louvá-Lo de antemão pelas coisas que ainda não vieram ?

(Selecionado - Lettie Cowman)

" Tornará a lançar raízes para baixo e dará fruto por cima " (Is. 37:31)

Por que será que os pinhos das montanhas exibem sempre uma postura tão majestosa, apesar do inverno rigoroso e das pesadas nevascas ? Se examinarmos um deles de perto, veremos que sua folhagem é quase tão delicada como a de outros pinheiros. Suas agulhas escuras são leves como penas. Contudo, se tentarmos quebrar um de seus galhos ou mesmo um brotinho, sentiremos ali toda a força e a resistência dessa árvore. Ela se encurva e enverga, mas não se quebra. Os ventos açoitam seus ramos, jogando-os de um lado para o outro, mas não conseguem destruí-los. Por mais fortes que sejam os elementos da natureza, não são suficientes para arrancar esses pinhos pela raiz. Às vezes, seus galhos passam vários meses curvados ao peso da neve. Todavia, assim que sopra o hálito morno do verão e o calor do Sol vem aliviá-los de seu peso, eles se endireitam e reassumem a postura normal, alta e majestosa como sempre. Belo e maravilhoso pinheiro da montanha! Que lição preciosa você nos ensina! Nós também, às vezes, somos batidos pelos ventos e tempestades dos sofrimentos. Contudo, se nossa alma estiver firmada na ROCHA eterna, não precisamos ficar esmagados nem alquebrados.


(Lettie Cowman)

" Como Meditar I / D "

" EM REVERÊNCIA EM NOSSO CORAÇÃO "

Vivos com a vida de DEUS, no ESPÍRITO. Esta é a importância da nossa meditação diária. Nossa meditação diária não é nada menos que um retorno a esta fonte primordial de vida, onde nosso espírito torna-se completamente imerso no ESPÍRITO de DEUS, completamente vivo com esta vida, completamente amante com este amor. Nunca devemos nos satisfazer por menos. Nunca devemos permitir, como cristãos, que nos tornemos complacentes, desatentos ou desencorajados. Pedro, na mesma carta, nos diz para 'levar uma vida ordenada dedicada à oração'. E continua dizendo que devemos manter nosso amor uns pelos outros 'com toda força'. Mas isso nós só podemos fazer se estivermos plenamente vivos com a vida de DEUS. Esta é a razão para a nossa meditação. Estar abertos para a realidade Divina que é mais próxima de nós do que nós o somos de nós mesmos. O desafio, então, é viver por completo a realidade que CRISTO alcançou para cada um de nós, em cada um de nós. Viver a nossa vida alicerçados sobre a ROCHA que é CRISTO, vivos com o Seu ESPÍRITO, vivos com o Espírito de amor. Nossa meditação diária e nossa fidelidade a ela é simplesmente nosso retorno e a nossa abertura a esta suprema realidade.


("O caminho do não conhecimento" - John Main)

" Como Meditar I / C "

" EM REVERÊNCIA NO NOSSO CORAÇÃO "

Agora, o desafio que cada um deve enfrentar é encontrar o caminho para esta pedra fundamental. O desafio é saber como cada um de nós pode guardar o CRISTO, Nosso Senhor, em reverência no nosso coração.Um pouco mais adiante Pedro nos fala: 'CRISTO foi conduzido à morte no corpo e trazido à vida no ESPÍRITO'. Isto é também o que nós devemos fazer, não mais baseando a nossa vida no desejo das coisas que passam, mas, conforme Pedro diz, reconstruindo a nossa vida segundo a vontade de DEUS. Para Pedro, obedecer à vontade de DEUS não é simplesmente seguir as normas Divinas, mas responder plenamente ao nosso destino, que é tornar-nos vivos com a vida de DEUS no ESPÍRITO. Este é o cerne da mensagem cristã, e é o que nós como cristãos devemos aprender a comunicar aos nossos contemporâneos, se quisermos ser fiéis à missão que nos foi dada por JESUS.


("O caminho do não conhecimento" - John Main)

" Como Meditar I / B "

" EM REVERÊNCIA EM NOSSO CORAÇÃO "

Mas o que significa meditar para nós cristãos ? Pense neste conselho, da 1ª carta de Pedro.. Ele diz aos primeiros cristãos: 'Não vos perturbeis, mas guardai o CRISTO Nosso Senhor em reverência nos vossos corações". (I Pedro 3:15). Aqui está a essência da primeira compreensão do que significa ser um cristão. Eles sabiam, como nós sabemos, que vivemos em um mundo de mudanças, de confusão, e de fato muitas vezes de caos. E os primeiros cristãos também sabiam que estas mudanças, confusão e caos eram encontrados não apenas fora, mas dentro deles próprios. De fato eles sabiam, como nós sabemos, que a maior parte da confusão externa no mundo é causada diretamente pela confusão interna em cada um de nós. Eles sabiam que o constante desafio humano é encontrar harmonia, ordem e paz. Eles sabiam que o desafio básico é encontrar isto em nós, no nosso próprio coração. Eles também sabiam que, se nós pudermos encontrar esta ordem, paz e harmonia, e a disciplina em nós mesmos, então, ainda que muito da confusão externa inevitavelmente permaneça, ela não terá nenhum poder sobre nós. JESUS falou sobre isso: 'Os ventos, as tormentas e as chuvas podem vir e castigar a casa, mas ela permanecerá firme, porque ela é fundada sobre a rocha'. Os primeiros cristãos sabiam por experiência própria que o próprio CRISTO é a rocha. Ele é a rocha, o fundamento de rocha sobre o qual cada um de nós deve construir a própria vida. Eles sabiam por experiência própria, assim como nós também devemos saber, que a harmonia e a ordem essenciais só podem ser baseadas no amor; e sabiam também que, quando nós baseamos a nossa vida sobre CRISTO, como rocha e fundamento, estamos enraizados na própria realidade. Nós estamos, portanto, tão enraizados na realidade essencial que nada mais possui poder último sobre nós, nem mesmo a própria morte. Porque nós estamos enraizados no amor eterno que nada pode destruir.

("O caminho do não conhecimento" - John Main)

" SHAVUOT "

Depois do Pessach, 50 dias passados a partir do 2º dia da Páscoa, chegamos a Shavuot, Pentecostes, festa que se segue cronológica, profética e escatologicamente, festa essa que é denominada Chag Ha-Qatsir, ou festa da colheita, Chag Ha-Shavuot, ou festa das semanas, e Yom Ha-Bikurim, ou ainda dia das primícias. Esta festa cumpre-se profética e escatologicamente no dia de Pentecostes, quando o ESPÍRITO SANTO é derramado sobre os apóstolos e discípulos em Jerusalém. Nessa ocasião, os apóstolos que receberam o poder celestial falaram em 70 línguas diferentes (como no Sinai) aos representantes desses 70 povos que ali estavam reunidos por DEUS. O interessante é que segundo a tradição judaica, o Pessach só se completa em Shavuot, ou seja, a Páscoa só se completa em Pentecostes. Em assim sendo, a libertação do Egito sé se completa em nossas vidas quando somos selados com o ESPÍRITO SANTO, recebendo o poder do alto para sermos testemunhas tanto em Jerusalém como em todos os confins do mundo. Quando então grandes colheitas poderão ser feitas à semelhança do aconteceu no passado em Jerusalém. É também o momento de Zeman matan Toratenu, ou melhor, ocasião da dádiva da nossa Torah, em que a Palavra vem com unção celestial para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo. Por último, Shavuot dia respeito ao Tiqun leil-Shavuot, ou seja, à edificação, restauração, correção e melhoramento do nosso mundo pessoal e comunitário, em que o ESPÍRITO SANTO fazendo morada em nosso interior - nos capacita a sermos os verdadeiros adoradores e testemunhas que adoram o PAI em espírito e em verdade. Louvado seja DEUS.

" Pai, tô com fome!!! "

Ricardinho não agüentou o cheiro bom do pão e falou: 

- Pai, tô com fome!!! 

O pai, Agenor , sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência.... 

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!!! 

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente... 

Ao entrar dirige-se a um homem no balcão: 

- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!! 

Amaro , o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho... 

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo... 

Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua... 

Para Agenor , uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá.... 

Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada... 

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades... 

Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar: 

- Ô Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?! 

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer... 

Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho... 

Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas...

Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório... 

Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de

pequenos 'biscates aqui e acolá', mas que há 2 meses não recebia nada... 

Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias... 

Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho... 

Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso... 

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores... 

No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho... 

Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando...

Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele chamava-o para ajudar aquela pessoa... 

E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres... 

Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar... 

Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta... 

Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula... 

Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros , advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro... 

Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante em seu primeiro terno... 

Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço... 

Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho , o agora nutricionista Ricardo Baptista... 

Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um... 

Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido... 

Ricardinho , o filho mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho: 

'Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço.. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma.. E, que te dê o pão da misericórdia para estender a quem precisar!!!'

(História verídica)

" A Semente do Sucesso "

"Quem anda em sinceridade, anda seguro; mas o que perverte os seus caminhos ficará conhecido." Provérbios 10:9

Um empresário bem-sucedido sabia que era tempo de escolher um sucessor para liderar seus negócios. Ao invés de designar um dos diretores ou um de seus filhos, ele reuniu os jovens executivos de sua empresa e lhes disse:

“Chegou o momento em que devo escolher o próximo CEO. Decidi escolher um de vocês”.

Os jovens executivos ficaram surpresos, mas o CEO continuou:

“Eu vou dar a cada um de vocês uma semente hoje – uma semente muito especial. Plantem-na, reguem-na e daqui a um ano tragam-me o que vocês cultivaram a partir dessa semente. Eu vou julgar as plantas que vocês me trouxerem e escolher o próximo CEO”.

Um deles, Jaime, entusiasmado, contou o plano à esposa. Ela o ajudou a encontrar um vaso, terra e adubo e plantou a semente. Todos os dias, ele a regou e observou para ver seu crescimento.

Em pouco tempo os executivos começaram a falar sobre suas plantas que começavam a crescer.

Jaime continuou a checar sua semente, mas nada germinava. Passaram-se semanas e nada. Todos os outros falavam de suas plantas, mas Jaime não fizera a sua germinar e sentia que tinha fracassado. Seis meses se passaram e nada ainda surgira no seu vaso. Ele concluiu que tinha matado sua semente, mas não disse nada aos colegas.

Ele continuou a regar e adubar o solo e queria desesperadamente que a semente germinasse. Quando findou o ano, os executivos foram instruídos a levar suas plantas para serem inspecionadas pelo CEO. Jaime disse à esposa que se recusava a levar um vaso sem nada, mas ela insistiu para que ele fosse honesto sobre o que tinha acontecido. Seria o momento mais embaraçoso por que ele já passara, mas ele sabia que a esposa estava certa.

Jaime levou seu vaso sem planta para a sala de reunião. Quando chegou, a variedade de plantas que os outros executivos tinham cultivado o deixaram surpreso. Eram lindas e de vários formatos e tamanhos. Quando colocou seu vaso sem planta no chão, muitos de seus colegas riram.

O CEO chegou e Jaime tentou se esconder no fundo da sala.

“Ora, que plantas, árvores e flores maravilhosas vocês cultivaram”, disse o CEO. “Hoje um de vocês será designado o novo CEO!”  Foi então que ele notou Jaime e o convidou para ir à frente com seu vaso sem planta.

Jaime estava apavorado. 

“O CEO sabe que sou um fracasso! Talvez ele vá me despedir!”- pensou.

O CEO perguntou o que acontecera com sua semente. Jaime explicou que, apesar de seus esforços, nada germinara. O CEO voltou-se para o grupo e mandou que todos se sentassem, menos Jaime. E olhando para ele, anunciou:  “Olhem para o seu novo CEO! Seu nome é Jaime!”

O CEO, então, explicou:

“Há um ano eu dei a cada um desta sala uma semente. Eu lhes disse para plantá-la, regá-la e trazê-la de volta após um ano. Mas eu dei a todos vocês sementes que tinham sido fervidas; não era possível que germinassem. Todos vocês, exceto Jaime, trouxeram plantas e flores saudáveis. Quando descobriram que a semente não germinava, vocês a substituíram por outra. Jaime foi o único com coragem e honestidade para me apresentar um vaso com a minha semente.

Portanto, ele será o único a ser escolhido o novo CEO”.

Alguém disse: "Se você plantar honestidade, colherá confiança. Se plantar humildade, colherá grandeza. Se plantar perseverança, colherá satisfação. Se plantar trabalho duro, colherá sucesso. Se plantar perdão, colherá reconciliação. Se plantar fé, colherá uma safra. Portanto, seja cuidadoso com o que planta hoje; isso determinará o que você colherá amanhã".

Desconheço o Autor 

" Páscoa XX "

Chegamos agora ao final do Seder: que envolve Barech, as bênçãos após as refeições, Halel, os cânticos, Shefoch chamatcha, um poema em tom irado que anuncia a expectativa de uma revanche para com os inimigos de Israel, e o copo para Elias, quando se chega ao clímax da representação messiânica - através da canção ao profeta Elias - enquanto a porta permanece aberta e um copo de vinho é deixado a ele. Elias é, segundo a tradição, o personagem que virá anunciar o fim dos tempos e vinda (volta) do Messias. Esta vinda ocorrerá no mês de nissan, o mesmo mês do Pessach e da redenção do Egito, que, então se consumará de vez, com a eliminação para sempre dos Deuses do Egito. O copo de vinho deixado ao profeta Elias é o copo que simboliza a Redenção. Este copo não é bebido quando do Seder. A abertura da porta é um ato de esperança de que ele virá neste Pessach, trazendo seu anúncio de que as portas poderão permanecer para sempre abertas. Por último ocorre Nirtsah, a aceitação, passagem que conclui o Seder com o pedido que o serviço e as orações sejam merecedoras de aceitação.

" Como Meditar I / A "

" EM REVERÊNCIA EM NOSSO CORAÇÃO "

A questão  mais importante a respeito da meditação é saber como meditar. Também é importante, eu acredito, saber por que você deve meditar, mas em primeiro lugar você deve saber o que fazer. Deixe-me recordar mais uma vez, para que você tenha a maior clareza possível sobre isso. Escolha o lugar mais calmo que você puder encontrar. No que diz respeito à postura, a regra básica é sentar com a coluna reta. Sente-se, ou no chão ou em uma cadeira de encosto reto, e mantenha a coluna o mais ereta possível. Feche os olhos ligeiramente. Para meditar você precisa usar uma palavra, e a que eu recomendo é "MARANATA". Simplesmente repita com calma esta palavra em silêncio, no seu coração, nas profundezas de seu ser, e continue repetindo-a. Ouça-a como um som. Repita-a; articule-a em silêncio, claramente, mas ouça-a como se fosse um som. Se você puder  deve meditar toda manhã e toda noite. Eu acredito que é verdade dizer que você nunca aprenderá a meditar, a menos que medite todos os dias de manhã e de noite. Você precisa simplesmente reservar esse tempo para isso.

("O caminho do não conhecimento" - John Main)

" Páscoa XIX "

Após nos deliciarmos e nos apropriarmos com o alimento da libertação, caminhando para o fim do Seder, adentramos agora ao Tsafun, que significa o Oculto, ou seja, este é o momento do hafikoman (a metade de matsah que foi escondida no Iachats), que é resgatado e comido. Uma vez que as crianças o encontrem - na sua busca do tesouro escondido -, recebem uma recompensa e o hafikoman é apropriado. O Talmud faz uma inusitada afirmação: 'Não devemos come mais nada depois do hafikoman'. Os rabinos levaram a sério a sua interpretação e proibiram que a festividade do Seder se prolongue para além do próprio Seder. Tsafun está intimamente ligado com o sentido da Redenção Messiânica, a volta do Messias ardentemente aguardada (desde que os judeus não conseguiram reconhecer em JESUS o Messias prometido). E este é também um momento importante para as crianças, pois algo oculto tem um significado muito importante para as elas - a busca do Tesouro Escondido - estabelecendo um vínculo mágico entre a noite do Pessach e sua vida interior. Por isso, aqueles que não se fazem como crianças não conseguem entrar no Reino de DEUS, pois não buscam o Tesouro Escondido.

" Páscoa XVIII "

Chegamos agora ao ponto máximo do Seder, chamado de Shulchan Orech, que significa 'Mesa Posta'. Este é o momento tão esperado da comida. A comida tem uma importância toda especial nessas celebrações, ganhando a ingestão dos alimentos também um caráter ritual. Estas refeições rituais são chamadas de seudot mitsvah. No caso do Pessach, este conceito é ainda reforçado pelo fato de que o 1º Seder no Egito já tinha esta característica de uma refeição familiar. É o momento de nos apropriarmos do sabor da verdadeira libertação de toda e qualquer tipo de servidão. Não há pratos especificados para esta refeição nem qualquer ordem predeterminada. É costume, porém, que se inicie a refeição com ovos cozidos mergulhados em água e sal. A razão para esta prática vai desde a tradicional explicação do ovo nos rituais judaicos - luto (pelo Templo) -, até o sentido especial de renovação e fertilidade, incluindo ainda até as mais simbólicas leituras, como o fato dos judeus serem como o ovo - quanto mais cozidos e oprimidos, mais duros se tornam. Está aqui uma lição maravilhosa para nós cristãos de hoje, aproveitemo-la integralmente, e usufruamos da mensagem de libertação contida, que foi sacramentada integralmente por JESUS na cruz do calvário.

O que significa ter significado ?

É uma questão de contexto. Uma palavra numa frase pode ter um certo significado no dicionário, mas para comunicar uma mensagem com sentido, as palavras precisam estar harmoniosamente integradas numa frase, que é harmoniosamente integrada ao resto do parágrafo, dentro do capítulo, dentro do livro. As palavras precisam de um contexto para que realmente tenham sentido. O mesmo acontece conosco. Precisamos de um contexto para levarmos uma vida verdadeiramente significativa. É por isso que ansiamos por um contexto maior. Como podemos fazer parte ? Qual é o nosso papel ? Como podemos viver em harmonia com a sinfonia universal da vida ? Você deve fazer parte de um todo maior - um músico de uma orquestra sinfônica. Não pode fazer simplesmente o que quiser, porque isso prejudicaria a sinfonia. Na verdade, você faz parte da sinfonia e a sinfonia faz parte de você de tal modo que, se você prejudicar a sinfonia, vai estar se prejudicando - e se destruindo.

(extraído da obra "Luz Infinita", do Rabino David Aaron)

" Páscoa XVII "

Depois das ervas amargas (maror), chega-se ao momento denominado Korech, que significa 'agrupando'. Ou seja, em Êxodo (Shemot) 12:8 DEUS ordena que o Pessach seja celebrado comendo o sacrifício junto com matsah e maror, ou melhor, comem-se os 3 elementos junto, como um sanduíche de matsah, maror e da carne do cordeiro; isto se faz para reforçar a necessidade de nos alimentarmos conjuntamente da humildade que a carne do cordeiro nos provê, acrescidos do despojamento e pobreza pontuados pelos pães asmos, rematados pelas ervas amargas das aflições experimentadas nas provas e testes que precisamos suportar para crescer.

" Nossa essência só brota à noite..."

Numa de suas cartas, James Creelman descreve sua viagem através dos estados dos Balcãs à procura de Natalie, a rainha exilada da Sérvia. "Nessa memorável viagem", diz ele. "fiquei sabendo que o suprimento de essência de rosas para o mundo vem das montanhas dos Balcãs. E o que mais me interessou", continua ele, "é que as rosas precisam ser colhidas nas horas mais escuras. Os colhedores começam a apanhá-las à uma da madrugada e param às duas". "A princípio pareceu-me uma refinada superstição; mas investiguei o pitoresco mistério e aprendi que testes científicos haviam provado que na realidade 40% da fragrância das rosas desaparecia com a luz do dia." E na vida e cultura do homem isto não é um conceito imaginoso ou fantasioso; é um fato.

(Malcolm J. McLeod)

'De noite à lembrança o meu cântico' (Sal. 77:6)

Li em algum lugar, de um passarinho que não canta o que o dono deseja, se a sua gaiola estiver em plena claridade. Aprende um trechinho disto, outro daquilo, mas nunca uma melodia inteira, até que a gaiola seja coberta e impedidos ali os raios da manhã. Muitas pessoas nunca aprendem a cantar, até que as sombras caiam sobre a sua vida. O lendário rouxinol canta comprimindo o peito contra um espinho. O cântico dos anjos foi ouvido à noite. Foi a meia-noite que veio o grito: "Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro." É realmente difícil acreditar que alguém possa conhecer como o amor de DEUS é rico e completo para satisfazer e consolar, se o céu de sua vida nunca se escureceu. A luz surge nas trevas, a manhã surge do seio da noite.

(Lettie Cowman)

" Se não vos tornardes como crianças..."

A Sabedoria Judaica nos ensina que há uma criança e um rei velho e tolo em cada um de nós. Para entender isso, considere a diferença entre os dois: 'Em hebraico, a palavra criança vem da palavra que significa "agitar", o que é muito adequado desde que as crianças estão sempre "agitadas", mexendo-se, crescendo. Elas adoram desafios: "Por que comer espaguete com o garfo se eu posso chupar como se fosse um canudinho ?" As crianças adoram aventura. "Onde você estava ?", você pode perguntar a seu filho quando ele chega em casa muito depois do horário do término das aulas. "Eu estava vindo para casa", ele diz. "Mas nós moramos a cinco minutos da escola. Por que é que você levou uma hora ?". "Bom, eu vim bem devagar porque o Billy queria brincar de não pisar em nenhuma fenda no chão, daí a gente ficou olhando os homens na construção, e ,então, a gente contou quantas pessoas na rua usam óculos, e daí a gente resolveu brincar de cabra-cega. Só isso." O entusiasmo das crianças não está apenas em chegar ao destino, mas, sim, em como chegar até lá. Compare isto com um rei velho e tolo. Ele acha que já chegou. Onde precisar ir se já é rei ? Ele prefere sentar-se em seu trono a ter que caminhar pelo desconhecido; não seria uma aventura - seria um risco. Ele poderia perder o reinado. Desse modo, há uma parte em nós que adora crescer, adora um desafio - uma aventura, uma jornada. E também há uma parte em nós que teme correr riscos, que evita desafios, que resiste ao crescimento. Mas a vida é um desafio, e se você está pronto para reconhecer isso e encarar a vida como um desafio de um jogo - em que o próprio desafio é o que torna a brincadeira divertida -, então sua vida não será estática, mas sim um processo dinâmico de crescimento. Será uma aventura emocionante'.

(extraído da obra "Luz Infinita", do Rabino David Aaron)

" Páscoa XVI "

No momento que se segue, comem-se as ervas amargas - maror -, simbolizando o amargor da escravidão. Apanha-se um pouco das ervas amargas e mergulha-se no charosset, recitando a bênção do maror. A prescrição da inclusão do maror na celebração do Pessach está contida na própria Torah (Ex. 12:8). A razão de misturar-se maror com charosset é para diminuir um pouco o amargor do maror. Esta é uma lembrança de que apesar do amargo da escravidão, esta era temperada com a doçura da esperança. Não se deve reclinar quando se come o maror. Outro momento de grande importância no Seder, a lembrança de quanto é amarga a escravidão, como um alerta - para nunca mais querermos experimentá-la, de qualquer forma que for. E, se estamos em um momento amargo de nosso caminhar, lembremos que a esperança (harosset) se faz presente, pois a libertação chegará no momento certo, DEUS não tarda e não falha.

" Páscoa XV "

Em seguida profere-se a bênção do pão e matsah - a motsi matsah -, ambas sendo ditas juntas, motsi primeiro e logo depois matsah sem interrupção. Estas duas palavras podem ser traduzidas literalmente como "a matsah tira para fora". Tira o que ? A matsah tira as intenções e desejos puramente materiais do coração. A matsah é dos melhores expectorantes da arrogância. (R. Menachem Mendel, de Rimanov).

Estamos aqui dentro do mesmo contexto de um dos significados do nome de Moisés (Mosheh em hebraico), ou seja, 'aquele que tira para fora'. Para fora de onde ? Dos nossos desencontros, dos nossos conflitos, de todos os erros de caminhada cometidos até então, enfim, nos tira da casa da servidão. É a grande libertação que a saída do Egito prefigura e relembra a cada ano na Páscoa, aquilo que a Cruz completou de forma total, a completa redenção do nosso caminhar transviado.

" Páscoa XIV "

Assim que terminamos de contar toda a história da saída do cativeiro, em todas as suas nuances, o passo seguinte chama-se rochtsah - a lavagem das mãos -, ato esse de lavagem feito ritualmente enquanto se profere a bênção: 'al netilat iadaim'. Após a destruição do Templo, cada lar passou a ser um pequeno templo (mikdash meat) de preservação da tradição e a mesa, tão importante no Seder, passou a ser considerada um altar. Devido a isso, realiza-se o ritual de lavar as mãos da mesma forma que procediam os sacerdotes antes dos sacrifícios. É curioso que se mantém a fórmula da bênção com 'al netilar iadaim' (pela elevação das mãos) e não se utiliza o verbo 'lavar' que dá inclusive nome a esta etapa do Seder (rochtsah). Isto se deve ao fato de que considera-se a lavagem das mãos como um ato de elevação destas a um nível de purificação superior que permite estar pronto para a refeição. Esse - lavar as mãos - que também é praticado no shabat shalom, é muito significativo, pois implica no reconhecimento de que as nossas mãos precisam ser purificadas para as práticas sagradas. Todas as nossas obras passam a ser abençoadas, pois nossas mãos foram devidamente purificadas.

"Ó, dá-me de Samuel os ouvidos, 

Senhor, ouvidos abertos,

Vivos e ligeiros em escutar

De Tua Palavra o sussurrar;

Como ele, a Teu chamado atender

E antes de mais nada obedecer."

(extraído da obra "O poder de um Sussurro", de Bill Hybels)

Um acontecimento é a semente lançada no tempo. A semente deteriora-se e perde-se. O que dela germina é a verdade; pois está escrito;'É da terra que brota a verdade.'

(extraído da obra "Moisés - o Libertador do povo Judeu", de Sholem Asch)

" Páscoa XIII "

O maguid praticamente termina com a expressão: "Be-chol dor va-dor", que significa 'Em cada geração, cada pessoa deve se sentir pessoalmente redimida...'. Ou seja, este parágrafo afirma que nós mesmos - hoje - fomos libertos do Egito e não apenas nossos antepassados. Com isto a Hagadah enfatiza não apenas nossa inclusão na corrente da tradição, desde o Princípio do Tikun, que ocorre nesse momento, que se inicia em Pessach e se conclui em Shavuot (Festa da colheita, para nós Pentecostes). É o princípio da realização no tempo daquilo que já fora instituído na eternidade (nas origens - CRISTO foi morto antes da fundação do mundo). Ou melhor, nossa salvação inicia-se na Páscoa (Cruz) e se conclui em Pentecostes (com o selo do ESPÍRITO SANTO). Como fala simbolicamente do estado constante de escravidão a que possamos estar (e normalmente estamos) submetidos, é uma memória a ser renovada todos os anos para um alerta poderoso - todos temos que ser libertos de nossos jugos, os mais diversos, sobretudo a da terrível religiosidade. Que o ESPÍRITO SANTO abra os nossos olhos e deles retire as escamas que nos impedem de ver, pois ao fazer as coisas para DEUS, esquecemos do mais importante, daquilo que é primordial - aquilo que Ele quer fazer em nossas vidas.

" O Tempo de DEUS "

Recorramos a outro midraxe hebraico, em Gênesis Rabah 88,7, sobre Gen. 40:23:

"O copeiro-mor não se lembrou de José, e esqueceu-o. Durante todo o dia ele fazia planos e um anjo confundia-os. Ele fazia nós e um anjo os desmanchava. O Santo, Bendito seja Ele, disse-lhe: Tu o esqueces, mas Eu não o esqueço; como está escrito: O copeiro-mor não se lembrou de José.

Outro comentário: O copeiro-mor te esqueceu, mas Eu, Eu não me esquecerei de ti. Quem teria acreditado que de Abrahão e Sara, já velhos, nasceria um filho ? Quem teria acreditado que Jacob, que atravessou o Jordão com seu cajado, multiplicar-se-ia e enriquecer-se-ia ? Quem teria acreditado que José, tendo passado por todas as provações tornar-se-ia Rei ? Quem teria acreditado que Moisés, lançado no Nilo, tornar-se-ia o que veio a ser ? Quem teria acreditado que Rute, uma estrangeira, alcançaria a realeza em Israel ? Quem teria acreditado que David tornar-se-ia Rei, até o fim das gerações ? Quem teria acreditado que Yehoyaqin sairia da prisão ? Quem teria acreditado que Ananias, Misael e Azarias sairiam da fornalha ? Quem teria acreditado que o Santo, Bendito seja Ele, salvaria Israel nos dias de Haman ? Quem teria acreditado que os exilados conheceriam a glória e a fama ? Quem teria acreditado que o Santo, Bendito seja Ele, levantaria a tenda desmoronada de David ? Como é dito: Naquele dia, Eu levantarei a tenda de David. Que o mundo inteiro tornar-se-ia uma comunidade única, como é dito: Então darei aos povos lábios puros, a fim de que todos invoquem o Nome do Senhor e O sirvam de comum acordo ?  (Sof. 3:9)

O primeiro texto prende-se à redundância contida no versículo bíblico: O copeiro-mor não se lembrou de José - e o esqueceu. Esta dupla afirmação de uma única idéia exige duas explicações: O chefe da corporação dos copeiros propõe-se a chamar a atenção do Faraó sobre José, mas um anjo desconsidera seu plano a ponto da lembrança de José escapar-lhe, apesar de suas boas intenções. Recorre, então, ao meio clássico que consiste em dar nós, à guisa de lembrete, mas um segundo anjo os desfaz. O esquecimento é repetido. Tal explicação do pleonasmo contido na frase bíblica leva a firmar que é DEUS quem provoca deliberadamente a perda da memória da parte do chefe dos copeiros, a fim de poder, Ele próprio, intervir no tempo por Ele fixado. A salvação e José dependerá de DEUS e não do copeiro-mor.

O segundo comentário extrai daí uma lição: ainda que DEUS tarde, a ponto da situação parecer desesperadora, reserva Ele o momento da intervenção, quando bem Lhe parecer (em sua sabedoria). Esta lição é corroborada por uma série de exemplos bíblicos onde o impossível torna-se realidade.