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sábado, 25 de agosto de 2012

" O MISTÉRIO DAS LETRAS E DE SUAS COMBINAÇÕES - VI "


Bom dia, estamos em pleno Shabat Shalom, e em momentos tão preciosos assim vamos aproveitar para manter esse texto tão rico ainda diante dos nossos olhos e pensamento.
E em assim sendo, continuemos a permitir que a LASHON HAKODESH (a Língua Sagrada) descortine-se diante dos nossos olhos, e voltemos ao significado 2º que emana da letra - zain, quando ela nos diz;
"Zachor Ymot Holam" - "Lembra-te dos dias do Universo que já passaram."
E, em seguida, lembremos que ela nos pontua 4 novas palavras que estão dentro dessa configuração, ou seja: Zaqan, "a esse homem pertence uma barba", Zaqayn, "e esse homem é velho", Zeman, "esse homem pode ver o passado", e Zachaer, "esse homem pode se lembrar de tudo". Assim, veremos agora que essas virtudes estão ligadas tanto ao "pai" como ao "ancião", citados no texto de Deut. 32:7-9.
O termo seguinte a ser examinado nesse texto bíblico profético e histórico é o verbo "pergunta", que em hebraico é sahal, e que significa "inquirir, pedir conselho, suplicar, consultar", e é dirigido ao pai, hab ou habah (daí a expressão usada por JESUS, Aba Pai), originando-se dela o nome de Abrahão (Habraham em hebraico, que significa "pai de uma multidão"), termo esse que diz respeito ao pai de verdade, aquele que assume a sua missão paternal, que é o macho da espécie, pois só a esse homem em especial é possível ser feita essa inquirição, esse pedido de conselho, essa súplica, essa consulta, pois ele pode ver o passado (zeman) e se lembrar de tudo (zachaer). Para confirmar o que  estamos dizendo, e ampliar a visão sobre esse texto bíblico, vamos verificar que o próximo verbo que aparece nessa passagem bíblica é  "informará", que é nagad em hebraico, ou seja, também é uma raiz primitiva e significa "defrontar, manifestar, anunciar, predizer, explicar, dar a conhecer". 
Assim, pontuemos o que estamos aprendendo, pois as Sagradas Escrituras nos ensinam que o conselho é pedido, a consulta é feita a um "pai", aquele que realmente sabe das coisas, e pode "dar a conhecer" (algo que vai envolver o dahat de Oséias 4:6 e de Gen. 2:9), "explicar", "predizer" e "defrontar" o feliz interessado que quer aprender, abrindo para ele ensinamentos e caminhos vitais. E, para confirmar e aprofundar ainda mais o tema que estamos examinando, a próxima palavra que o livro das palavras Devarim ou Deuteronômio nos traz é "anciãos", que em hebraico é zaqen ou zaqayn, e que significa "velho, idoso, ancião, o mais velho", exatamente uma das palavras básicas que promana da letra zain, e que já vimos numa das conversas atrás, pois zain é a letra que está por detrás não só das 4 palavras agora em exame, como das 4 primeiras que motivaram este estudo. Ora, se o pai "informa" (nagad) o ancião "diz", que em hebraico é hamar, que também é uma raiz primitiva e que significa "dizer, responder, apontar, afirmar, certificar, desafiar", algo que nos remete às expressões do Gênesis ou Bereshit: "DEUS disse". Portanto, estamos diante de um dizer Sagrado, que remete ao PAI, configurando  aquilo que vai ser falado como algo de grande importância, e que envolve o assunto que está sendo transmitido nessa passagem bíblica de Devarim, e que é exatamente o tema destas meditações. 
Em assim sendo, e tentando resumir tanta sabedoria, vejamos: a verdade dessas 4 palavras, e do seu sentido mais profundo - lembrar-se - e - ver o passado -, só podemos obter de um "pai de verdade" ou de um "ancião", do mais velho e vivido, do mais experiente, pois só eles tem a capacidade de nos defrontar ou ainda desafiar a ouvir e guardar em nossos corações ensinamentos tão preciosos e vitais, que, só eles (ensinamentos), poderão nos livrar da discórdia, da guerra, da treva e do esquecimento final, que, se vivido numa condenação eterna, nos levará a algo que não gostaríamos de experimentar - nos banharmos e beber das águas do rio Lethe, e viver uma Noite eterna em ambiente de discórdia e guerra (Éris).
Isso tudo considerando, verifica-se que, nesse caminhar de verdade e de vida, não só é imprescindível aprender a aprender a discernir entre "a luz e a treva", como ainda aprender a aprender a distinguir entre "as águas de cima", a matéria prima celestial - a Palavra -, e "as águas de baixo", todo o ensinamento religioso, que está calcado no sistema sacrificial, geopolítico, inspirado pelo Adversário. Tudo depende de lembrarmos e de saber ver o passado. "AQUELES QUE NÃO CONHECEM SEU PASSADO ESTÃO CONDENADOS A REPETI-LO (Santayana)". Saibamos viver cada Shabat Shalom, um momento de Criação, revivendo o passado e aprendendo com ele, para não repetirmos eventuais erros já cometidos por nós ou por nossos antepassados. Enos.

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