Bem lá no alto, na ponta de um penhasco, há um tosco ninho de gravetos, no qual repousa um ovo. Acha-se coberto com as penas do peito da águia, que o aquecem. O céu parece inclinar, como que a chamá-lo. As profundezas da atmosfera lhe acenam dizendo:
- 'Nossas alturas e profundezas são para ti. Vem habitar nelas.'
E todos os espaços e alturas que há embaixo das vigas do firmamento, onde as estrelas reluzentes parecem arrulhar como pardais, gritam para quela vidinha ali encerrada: "Venha para cá!". E o embrião escuta o som que atravessa as paredes finas de sua prisão. Com isso, sente-se induzido a sair de sua casca. Então deixa o ninho. E larga o penhasco. Depois se ergue e vai embora, ganhando os amplos espaços da atmosfera banhada pelo sol. E afinal mergulha nos profundos vales que há entre as montanhas.
"A Pilgrim of the Infinite" ("Um Peregrino do Infinito")
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