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terça-feira, 18 de setembro de 2012

" O MISTÉRIO DAS LETRAS E DE SUAS COMBINAÇÕES - X "


Estamos em nossos estudos em pleno plano da Criação, nos primórdios de Gênesis/Bereshit e vimos que foi um ato de suma sabedoria Divina - Criar o "tempo" e o "espaço" como uma dimensão existencial - mutável, por isso nos moldando de "barro" (que pode ser quebrado e refeito novamente), aonde o Bem e o chamado Mal conseguem conviver em proximidade, o que não poderia ocorrer na dimensão eterna, das essências. Mas ainda há outra vertente a ser conhecida que gostaríamos de repartir com os leitores agora, senão vejamos:
- Para tanto vamos nos socorrer da obra da coleção René Girard - "O tempo das catástrofes" -, de autoria de Jean-Pierre Dupuy, em seu capítulo 2, "O desvio, a contraprodutividade e a ética", pag. 45, a saber:
"Vendo o homem como esse ser singular que é capaz de 'recuar para saltar melhor', Leibniz, nesse ponto, faz dele a imagem fiel do Seu Criador. Para realizar o melhor dos mundos possíveis, DEUS teve de consentir, de fato, em deixar aí uma dose de mal, sem o qual o mundo real teria sido pior ainda. Tudo que aparenta ser um mal do ponto de vista finito da mônada individual é, do ponto de vista da Totalidade, um sacrifício necessário para o bem maior desta última. O mal é sempre sacrificial nesse sentido, e o sacrifício é um desvio. Louis Dumont ("Essais sur l'Individualisme", Paris, Éd. du Seuil, 1983, p. 242/243) caracteriza a forma da Teodicéia com a seguinte fórmula: "O bem deve conter o mal e ao mesmo tempo ser o seu contrário". O verbo "conter", aqui, tem o sentido de "englobar", e a forma paradoxal assim descrita é o que Dumont denomina "hierarquia" - atribuindo ao termo o seu sentido etimológico de ordem própria do sagrado - que ele define como "englobamento do contrário". Em outra situação, mostrei que sob a condição de ver na palavra "conter" o seu duplo sentido de "englobar" e de "reprimir", "impedir de avançar", a forma da Teodicéia era essa mesma que Adam Smith dá ao que ele chama de "mão invisível".
Isso tudo considerando, o Espírito surpreende-nos com essas verdades extraordinárias da Sabedoria Divina, ou seja: o PAI, diante da rebelião estabelecida, Cria uma "região" no Universo, existencial, mutável, com as coordenadas do "tempo" e do "espaço", e com uma matéria prima chamada "barro" (que pode quebrar e ser refeita), para nela (região) "englobar" e "reprimir", ou ainda melhor, nela "conter" todas as partículas espirituais negativas decorrentes da queda dos seres celestiais, ou seja, todas as consequências da rebelião havida foram aqui encerradas para serem devidamente tratadas, houve uma contenção para ser "impedido o seu avanço", e aqui fomos colocados para sermos os seres intermediadores nesse processo de Redenção e/ou Reconstituição da Unidade primeira, que havia sido fragmentada/partida/quebrada. O homem faz parte desse plano maravilhoso de Salvação daquilo que se havia perdido. O Eden é apenas o ponto de partida inicial, o começo do grande jogo entre o PAI, assessorado pelo Filho e pelo Espírito, e as forças em rebelião, em que uma "mão invisível" conduz todo o desenrolar  da história e em que a um lado é dado "linha" para mostrar todo o seu desencontro e acabar por se enforcar (a exemplo de Haman, no livro de Ester) no próprio cadafalso que veio construindo pelos séculos. Pois DEUS, com Graça e Misericórdia, continua a agir, sem apelar para a violência em momento algum, apenas dando corda para os revoltosos enrolarem-se em seus próprios desatinos. Em todo o tempo, nada saiu do controle, nem agora sairá, pois tudo está "contido" no PAI, para ser impedido o seu avanço, e JESUS já morreu para nos Redimir "desde a fundação do mundo", só atualizando o fato na trama e na urdidura - na Cruz, para inseri-lo no tempo e na história.
O nosso papel no espetáculo que está para alcançar o seu auge em breve, já está definido desde o início, desde o Princípio, como vimos na conversa anterior. No próprio livro dos começos, Gênesis/Bereshit, a missão precípua é "não esquecer", que é fundamental, e não esquecer de aprender a "distinguir", a "separar mentalmente", tanto a Luz e a Treva, como as Águas de cima e as Águas de baixo, percebendo que há uma separação entre elas, um paralelo 38, que as desassocia para não haver a terrível mistura e confusão, que acaba embaralhando tudo, como vem ocorrendo atualmente, nos dias que se passam, quando não mais se consegue discernir o certo e o errado, o bem e o mal, o que é de cima e o que é de baixo, o celestial e o terreno, onde tudo cai no âmbito do religioso, do sagrado, do sacrificial (por exemplo: você já fez sua oferenda - hoje - aos seus guias protetores ? Isso é o que se ensina nos vários cultos sacrificiais, ou seja, agradar aos deuses), e assim tudo fica sendo questão de escolha individual, não mais percebendo o ser humano que o seu destino eterno está sendo decidido na vida como ela é e isso repete-se - hoje -, no nosso cotidiano, e que são dias "como os de Noé", ocasião em que um novo tipo de Dilúvio está para ocorrer, e será de novo global. Assim sendo, tsunamis, terremotos, pestes, fome, já vem ocorrendo em níveis cada vez mais intensos nos últimos anos, como as Sagradas Escrituras tanto nos alertam há milhares de anos. O cenário vem sendo montado diante dos nossos olhos escurecidos por "escamas", e uma mente entorpecida em um esquecimento religioso bem sonolento, ao som de prédicas e canções que nos envolvem numa ilusão de que tudo está bem, de que o que precisamos é de "prosperidade" para mergulharmos cada vez mais fundo nessa sociedade de consumo, iludindo-nos de que as profecias bíblicas são palavras de profetas fanáticos. Até os filmes mais recentes, para quem tem "olhos para ver e ouvidos para ouvir", já estão de certa forma informando sobre o que está por vir, os temas são todos relativos a cenas desse final. Há um governo mundial pronto para ser formado diante dos nossos narizes para o controle do planeta, e a maioria está completamente desapercebida. É hora de lembrar, de acordar, de despertar para a vida e vida abundante. É nesta direção que as primeiras 4 palavras (desejo..., adversário..., claridade... e problema...) vieram nos conduzindo, posteriormente complementadas pelas demais, tanto "o lembrar-se" como "o ver o passado". Como disse acima e repito, os temas dos filmes atuais estão tomando as cenas do passado, mitológicas e/ou históricas, para a montagem de grandes produções, em que muitos desses fatos estão nas entrelinhas, algumas dessas verdades estão sendo tratadas no enredo. Sem se aperceber, várias fontes estão apontando em uma única direção, formando um mosaico que nos relembra as palavras  do autor do livro de Eclesiastes: "nada há de novo na face da Terra, o que está acontecendo já havia acontecido no passado e o que vai acontecer também já aconteceu", por isso, hoje, mais do que nunca, é fundamental o aviso: "Lembra-te da antiguidade e atenta para as gerações", algo que a letra zain pontua - "Zachor Ymot Holam", "Lembra-se dos dias do Universo que já passaram". Os sinos estão dobrando e as sirenes também já começaram a tocar, a Trombeta (Shofar) soará no momento oportuno, eis que é hora de lembrar, de rememorar, de acordar, de desperta, de uma tomada de posição e direção. Uma boa noite, Enos.

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