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domingo, 9 de setembro de 2012

" O MISTÉRIO DAS LETRAS E DE SUAS COMBINAÇÕES - VIII "


"Aonde estás ?"... "Quem és ?"... "O que é o homem ?"...

O desejo, o homem, a memória, o passado, quatro referenciais a se completarem e se posicionarem, como setas ao longo do caminho da vida. Desde o passado mais remoto e distante, a se perder nas brumas de um nevoeiro muito denso, essas "flechas" vivem cruzando o nosso caminhar, apontando direções e rumo, um norte seguro, algo que nos leve a uma transformação plena e perfeita, para alcançarmos a nossa realização como homens e mulheres de verdade, imagem e semelhança do Criador. E possamos responder a essas perguntas milenares, questões existenciais. 
É nesse cenário da antiguidade e das gerações, que precisamos nos posicionar e aprender a escolher, e escolher bem, pois estamos diante das Águas de cima e das Águas de baixo, e o querer é enganoso, pode vir a ser o nosso adversário, por isso a necessidade de clareza para dar cada passo. É dentro desse contexto milenar e eterno, que os céus são nosso referencial maior, pois não podemos e não devemos permitir que ele e suas verdades caiam no esquecimento, pois o termo usado nas Escrituras Sagradas para céus é - shamaym - que é formado de "ma" e de "my"  invertido (que compõe em hebraico - maym - "águas"), e que se referem: o - ma - ao meio de purificação, aquele da multiplicidade manifestada nos seus diferentes níveis de realidade, e o - my - ao centro de regenerescência, ao mundo da unidade arquetípica não-manifestada, tanto "o ambiente" como "o causador" propícios para o nascer de novo, para um batismo nas águas primordiais, que permitam o verdadeiro renascimento, e o surgimento de um novo homem, com a imagem e semelhança do Criador recuperadas. Algo que só a Palavra pode efetuar e que precisa da nossa aceitação, de um obedecer ao Espírito plenamente, para que Ele nos faça adentrar ao Reino dos Céus, onde poderemos usufruir de todas as realidades através de uma consciência despertada: aprender a ver o passado e começar a aprender todas as coisas. Pois é somente no Reino (Malchut) dos Céus (Shamaym) que estaremos no "ambiente" "causador" do nosso renascimento, aonde a imagem e semelhança podem e devem ser recuperadas. E a Palavra (JESUS) é o agente que produzirá essa regeneração, através da ação do ESPÍRITO SANTO.
Para tanto, o pai e o ancião precisam proferir palavras, dizer (hamar), instruir e ensinar aquilo que só eles sabem, e que aprenderam ao longo de seu caminhar através dos anos, e anos vividos no Caminho. Só essa visão desde um ontem a se perder no tempo até um amanhã que ainda não conseguimos descortinar, aquilo que se viveu na origem e que voltará a ocorrer no momento oportuno (em breve), e que também diz respeito ao nascer e morrer do homem, a momentos cruciais de sua vida, é que pode nos tirar do esquecimento, talvez já do sono, para um despertar que nos faça ver e enxergar as verdades que estavam esquecidas e sepultadas nas areias do passado que se tornara desértico e inóspito.
O que é ainda mais forte é que isso não diz respeito tão somente ao homem, individualmente, mas envolve o coletivo, a comunidade, os povos e nações, que também precisam recuperar sua lembrança, sua memória, e aprender a lidar com os desejos de poder, da hybris, do descomedimento, para não repetirem os erros de antanho e voltar a sofrer as mesmas consequências danosas, os mesmos problemas e seus amargos e cruéis constrangimentos. É algo que herdamos dos nossos antepassados, é genético, ninguém pode escapar, pois diz respeito à humanidade, ao homem feito do barro, pois o barro, felizmente, é um material frágil e afeito a esta existência, que pode se quebrar e se fazer de novo, de novo e de novo.
Vejamos, em seguida, que os 4 referenciais acima, fazem-se acompanhar de um 5º, a herança, nachal em hebraico, que significa "tomar como possessão, adquirir, herdar, possuir, ocupar, distribuir", e que diz respeito aos "filhos" (ben - em hebraico) dos "homens" (hadam - em hebraico), isto é, a toda a humanidade, sem exceção, e envolve os aspectos de uma geopolítica promovida pelo próprio Criador, quando separou os filhos dos homens uns dos outros, geograficamente, e isso aconteceu em Babel, quando as línguas se confundiram. Essa separação foi feita entre 70 tribos ou nações, que ainda falavam uma linguagem única e depois a viram se dividir em 70 línguas diferentes e estranhas umas às outras (com os seus dialetos), pois não mais conseguiram se entender. Nesse momento no tempo, nesse período de nossa história, foram fixados (natsab - em hebraico, que significa "designar, posicionar, colocar, estabilizar" ) os limites (gebulah - em hebraico) dessas tribos e nações, que não deviam ter sido alterados, pois foi de discussões e conflitos em torno de fronteiras e espaços que elas - nações e tribos - se deixaram envolver pela discórdia e pela guerra através dos séculos até os dias presentes, permitindo que a Treva as envolvesse num amargo esquecimento das fronteiras iniciais, estabelecidas pelo Criador, que se respeitadas teriam permitido um viver em paz e prosperidade plena desde os primórdios, sem as pestes e o ódio destruidor. O mais triste é que essa discórdia em torno das heranças e limites, não envolve apenas as nações e povos, mas aflige o homem individualmente e seus familiares e irmãos, em todos os momentos do tempo em que bens e valores precisam ser repartidos ou divididos, falem os advogados de suas tristes e conflituosas causas de família, quando alguns quase se matam em Juízo, e outros passam a se odiar para sempre. E assim voltamos ao princípio - o desejo -, à raiz de nossos maiores problemas e constrangimentos, fonte de toda a violência que tem imperado milenarmente, para podermos nos aperceber da importância vital do homem em - não esquecer -, em lembrar-se e se portar como um pai ou ancião, enxergando o passado, para não repetir os mesmos erros de sempre, ou seja, só mantendo a memória em dia para não repetir - de novo - os erros do passado. Enos.

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